Eu estava assistindo um filme aqui em casa um dia desses da semana, nem lembro mais e escutei um barulho na rua. Era algo como um relincho de cavalo e tal. Fiquei meio grilado porque já era meia-noite e pouco e geralmente essa hora não escuto barulho nenhum na rua, a não ser o apito do vigia noturno.

De repente, um grito. Me ajeitei no sofá, meu coração disparou. Uma sombra cresceu pra dentro de casa, como se algo grande estivesse lá na rua. Fiquei muito nervoso e coloquei a televisão no mute. Senti coragem de olhar pelo vidro da janela fechada, mas ainda assim não consegui ver nada, a não ser uma massa disforme e grande que se movimentava pela rua.

O grito. Novamente, ele ecoou bem próximo de minha casa. Olhei para trás, assustado, como se sentisse uma respiração em meu cangote. Meus pais não se acordaram, assim como minha irmã. Eu estava sozinho nessa empreitada. A chave da porta na minha frente, pronta para ser girada. Mas onde estava a coragem?

Busquei uma lanterna. Sem pilha. Coloquei uma camisa. Sem manga. Vesti um calção. Rasgado. Enfim, tomei coragem de mexer na chave, mas assim que a toquei o relincho ecoou novamente, enchendo meu corpo de puro medo. Mas aí me lembrei do blog e de como essa historia poderia servir como um bom post. O blog, sempre ele pra me despertar as emoções mais profundas, pra me fazer levantar da cama às seis da manhã, ou para beber um copo de chá de erva cidreira. Sim, tudo pelo blog!

Girei a chave e abri a porta. Quando olhei para o que seria a causa do meu medo me arrepiei com a visão que tinha na minha frente. Não havia nada. Estranho, muito estranho. Deixei o fato para lá e quando foi hoje (ou melhor, ontem, por causa da hora) conversei com minha tia que mora perto de minha casa e ela falou que também escutou um relincho de madrugada. Mas o pior ainda estava por vir. Ela disse que isso era fruto do cavalo zumbi, ser que habita as madrugadas de lua cheia e quando encontra alguém na rua cresce de tamanho assustadoramente.

Fiquei tão perturbado com a história que não consegui almoçar. Meu estômago se comprimiu como uma bolsa térmica furada em uma de suas extremidades. O grito. De quem seria? Até hoje eu não sei, mas rezo pela pobre alma. Rezo por quem quer que tenha parado no caminho do cavalo naquela noite e pereceu para que a lenda continuasse pelo bairro de Areias. A lenda do cavalo zumbi.

BASEADO EM FATOS REAIS

ACENDAM AS LUZES QUANDO FOREM DORMIR!

Esse conto foi enviado por nosso caro leitor Laharra!

By: Ceifeiro