A aparência da Perna Cabeluda rivaliza com a dos piores monstros materializados nos filmes americanos cheios de efeitos especiais. Segundo contam os que já tiveram o desprazer de conhecê-la pessoalmente, trata-se de uma perna, tão somente um membro humano inferior coberto de pelos asquerosos que parece ter vida própria e se desloca aos pulos. Com se a visão do seu aspecto perturbador não fosse o bastante para gelar qualquer coração, a Perna ainda costuma atingir as pessoas com poderosos chutes, golpes precisos que, na maioria das vezes, vão direto ao traseiro das vítimas.
O boato sobre esta horripilante entidade surgiu no Recife em meados da década de 70, no século passado. É um caso único em que a mídia influenciou o imaginário popular. Há quem diga tudo começou com uma notícia veiculada no jornal. O personagem surgiu quando um repórter disse para o outro que tinha passado a noite "sonhando com uma perna cabeluda debaixo da cama". O colega achou a história inspiradora e transformou o devaneio em reportagem - era uma solução para preencher as páginas do noticiário no tempo em que a Ditadura Militar determinava o que deveria ou não ser publicado.
Mas há também quem garanta que a famigerada Perna teria feito sua primeira aparição numa rádio AM. Um repórter de plantão na emergência do Hospital da Restauração viu chegar, de ambulância, um rapaz todo "estropiado" por ter levado uma surra. O repórter, então, perguntou ao coitado quem tinha sido o agressor. E a resposta foi: "num sei... só vi uma perna cabeluda me chutando!" (Nessas duas versões, omitimos propositalmente os nomes dos protagonistas para evitar mais controvérsia, pois cada um deles se diz o "pai"da Perna Cabeluda...)
Seja lá de onde apareceu, o fato que é que a Perna Cabeluda (ou "Cabiluda", como querem alguns) deixou ita gente de cabelo em pé, naquela época. Diziam que ela atacava preferencialmente à noite, em ruas estreitas e mal iluminadas da periferia. Contudo, também chegou a ser vista em lugares considerados cartões-postais da "Veneza Americana", como a Rua da Aurora, no centro da cidade. Ao que tudo indica, a assombração alimentava um ódio misógino pelas belas jovens que consumavam freqüentar conhecidos salões de dança, como o afamado Clube da Pás, no bairro de Campo Grande. Não foram poucas a mocinhas de vestido decotado que sofreram com as pernadas misteriosas, depois serem encurraladas num beco escuro qualquer. Todavia, a Perna não perdoava ninguém: trabalhadores voltando do serviço, senhoras idosas saindo da missa, etc. E muitas crianças acordavam com a cama molhada depois de terem pesadelos sobre a macabra assombração.
A Perna logo virou um dos personagens preferido do poetas populares pernambucanos. Como Lampião e Padre Cícero, ela era um dos temas para os folhetos de cordel. A imaginação do povo criou até uma explicação sobre a origem de tamanha aberração. Segundo contam, a Perna Cabeluda seria o que sobrou do cadáver amaldiçoado de um filho matricida: o sujeito teria assassinado mãe a chutes! A alma do criminoso, claro, padece no fogo inferno; a perna, usada como arma mortal, vaga sozinha sobre a Terra, àespreita dos desavisados, no silêncio das noites recifenses...
O boato sobre esta horripilante entidade surgiu no Recife em meados da década de 70, no século passado. É um caso único em que a mídia influenciou o imaginário popular. Há quem diga tudo começou com uma notícia veiculada no jornal. O personagem surgiu quando um repórter disse para o outro que tinha passado a noite "sonhando com uma perna cabeluda debaixo da cama". O colega achou a história inspiradora e transformou o devaneio em reportagem - era uma solução para preencher as páginas do noticiário no tempo em que a Ditadura Militar determinava o que deveria ou não ser publicado.
Mas há também quem garanta que a famigerada Perna teria feito sua primeira aparição numa rádio AM. Um repórter de plantão na emergência do Hospital da Restauração viu chegar, de ambulância, um rapaz todo "estropiado" por ter levado uma surra. O repórter, então, perguntou ao coitado quem tinha sido o agressor. E a resposta foi: "num sei... só vi uma perna cabeluda me chutando!" (Nessas duas versões, omitimos propositalmente os nomes dos protagonistas para evitar mais controvérsia, pois cada um deles se diz o "pai"da Perna Cabeluda...)
Seja lá de onde apareceu, o fato que é que a Perna Cabeluda (ou "Cabiluda", como querem alguns) deixou ita gente de cabelo em pé, naquela época. Diziam que ela atacava preferencialmente à noite, em ruas estreitas e mal iluminadas da periferia. Contudo, também chegou a ser vista em lugares considerados cartões-postais da "Veneza Americana", como a Rua da Aurora, no centro da cidade. Ao que tudo indica, a assombração alimentava um ódio misógino pelas belas jovens que consumavam freqüentar conhecidos salões de dança, como o afamado Clube da Pás, no bairro de Campo Grande. Não foram poucas a mocinhas de vestido decotado que sofreram com as pernadas misteriosas, depois serem encurraladas num beco escuro qualquer. Todavia, a Perna não perdoava ninguém: trabalhadores voltando do serviço, senhoras idosas saindo da missa, etc. E muitas crianças acordavam com a cama molhada depois de terem pesadelos sobre a macabra assombração.
A Perna logo virou um dos personagens preferido do poetas populares pernambucanos. Como Lampião e Padre Cícero, ela era um dos temas para os folhetos de cordel. A imaginação do povo criou até uma explicação sobre a origem de tamanha aberração. Segundo contam, a Perna Cabeluda seria o que sobrou do cadáver amaldiçoado de um filho matricida: o sujeito teria assassinado mãe a chutes! A alma do criminoso, claro, padece no fogo inferno; a perna, usada como arma mortal, vaga sozinha sobre a Terra, àespreita dos desavisados, no silêncio das noites recifenses...
VOCÊ NUNCA ESTA SOZINHO
By:Shadow
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